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Todos sabemos das mazelas e do sofrimento que a obesidade provoca nos seus portadores. Quando um paciente volta a engordar depois de um tratamento clínico para emagrecer (e quantas vezes isso ocorre na sua vida!), sofre pela decepção, pelo sentimento de impotência, pelo descrédito em si mesmo e pelo consequente rebaixamento de sua autoestima. Podemos imaginar o efeito devastador que ocorre na vida de uma pessoa, quando após submeter-se à cirurgia bariátrica, frequentemente encarada como “ação definitiva contra a obesidade”, vê seu peso voltar a aumentar sem controle. Essa situação, frequentemente despotencializa o indivíduo nas suas várias dimensões sociais.
Se você fez recidiva da obesidade ou está num processo de aumento de peso após a cirurgia bariátrica, não perca tempo! Procure ajuda da equipe bariátrica imediatamente! Muitos daqueles que aumentam de peso após o emagrecimento ou mesmo antes de conseguir a perda de peso esperada, não procuram ajuda dos profissionais da equipe bariátrica, justamente por vergonha, receio de decepcionar ou de ser responsabilizado pelo “seu fracasso”.
Não se preocupe! Você deverá ser acolhido com respeito incondicional! Lembre-se que mesmo tendo realizado a cirurgia bariátrica, você continua portador de uma doença crônica, que não tem cura, de difícil controle, que é a obesidade! Assim, está sujeito à recidiva a qualquer momento.
As variáveis são muitas. Se entendemos que doença é o resultado da interação de mecanismos genéticos, celulares, interpessoais e ambientais, e ainda sofrem a interferência da personalidade e das diferentes reações individuais do organismo, além das alterações nos sistemas de neurotransmissão e do metabolismo bioquímico e que esses mecanismos se entrelaçam tanto no seu surgimento, quanto na sua manutenção e no insucesso do seu tratamento, logo concluímos que tanto no estudo da obesidade, quanto no seu tratamento devemos incluir o indivíduo como um todo, seu corpo e seu ambiente, como integrantes de um sistema único. Entendendo dessa forma, tudo deve ser analisado e o atendimento realizado pela equipe multiprofissional é imprescindível.
O psicólogo tem um papel muito importante no tratamento da recidiva da obesidade, na atuação psicoeducativa e motivacional, na psicoterapia e no acompanhamento emocional desses pacientes.
Para sempre deverá ser o cuidado e a atenção do paciente operado para o controle da sua obesidade! Lembre-se que ela é uma doença e que não tem cura! Mas tem controle!
Artigo desenvolvido por: Dra. Aída R. Marcondes Franques