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  • Dr. Sergio Costa

Alterações Ortopédicas no Paciente Obeso: Muito Além do Peso!

O paciente ortopédico obeso tem uma incidência aumentada de suas queixas, entre elas: dor lombar, síndrome do túnel do carpo, bursite trocantérica, metatarsalgia, artrose do quadril e joelho.

O conceito que o peso corporal em excesso contribui para a destruição da cartilagem articular, é insuficiente para explicar toda a patofisiologia da relação obesidade-osteoartrose. A associação positiva entre sobrepeso ou obesidade e osteoartrose é observada em todas as articulações de carga como a do joelho, e do quadril como também nas articulações que não suportam o peso como as mãos.

Somado a esse cenário, o envelhecimento da população associado ao aumento da prevalência da obesidade tem aumentado a indicação das artroplastias de quadril e joelho. Cirurgias indicadas quando as queixas principalmente de dor e limitação da função não são mais controlados pelos meios conservadores. Assim a longevidade e a obesidade vão influenciar diretamente a prevalência de algumas doenças crônicas entre elas a osteoartrose.

A obesidade é aceita por muitos um processo inflamatório crônico de baixa intensidade é um fator de risco bem reconhecido para a evolução da artrose, assim como tem influência direta no metabolismo ósseo e muscular alterando sua fisiologia normal.

Atualmente, o tecido adiposo, tradicionalmente visto como um estoque passivo de energia, é considerado um verdadeiro órgão endócrino autônomo que produz, transforma, modula e libera uma grande número de substâncias (adipocinas, hormônios, citocinas, etc) que participam ativamente do metabolismo de lipídios e glicose, funções reprodutoras, regulação da pressão arterial, sensibilidade à insulina, formação óssea e angiogênese. Assim, dados recentes reforçam a hipótese de que a osteoartrite é um distúrbio sistêmico, e que a desregulação da homeostase lipídica pode ser um dos mecanismos fisiopatológicos que contribuem à sua evolução.

A obesidade, a inatividade física e a artrose foram um ciclo vicioso que se alimentam mutuamente, e são fomentados pela fraqueza muscular e a dor articular. Alguns obesos apresentam uma perda de massa muscular muito acentuada, o que a literatura chama de obesidade sarcopênica, onde se observam perda de força e massa muscular, morbidade e mortalidade elevadas e uma qualidade de vida pior quando se compara aos obesos com massa muscular normal.

O estímulo constante da redução de peso e a associação com a atividade física foram um binômio essencial para a melhora da função articular e da qualidade de vida do paciente obeso como um todo.

Artigo desenvolvido por: Dr. Sérgio Costa.

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