O hipotireoidismo, ou a diminuição dos níveis no sangue de hormônios da tireoide, é mais comum em mulheres, mas pode ocorrer em qualquer indivíduo independente de gênero ou idade.
A tireoide é uma glândula que regula a função de órgãos importantes no nosso organismo, como o coração, cérebro, fígado, rins, trato digestório, entre outros. A tireoide produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), libera estas substâncias na circulação do sangue e estes vão agir em todo o organismo. Quando a tireoide está funcionando normalmente, nós nem percebemos a presença destes hormônios, só perceberemos sintomas se estiverem sendo produzidos em excesso (hipertireoidismo) ou se estiverem faltando (hipotireoidismo). A glândula tireoide possui forma de borboleta (com dois lobos) e se localiza na parte anterior do pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão. Quando comparada a outros órgãos do corpo humano, a tireoide é relativamente pequena, mas é uma das maiores glândulas do nosso corpo, já que pode chegar a até 25 gramas em um adulto. Ela atua diretamente no crescimento e desenvolvimento de crianças e de adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, e até na memória, concentração, humor e controle emocional. O hipotireoidismo, ou a diminuição dos níveis no sangue de hormônios da tireoide, é mais comum em mulheres, mas pode ocorrer em qualquer indivíduo independente de gênero ou idade. Pode ocorrer desde o nascimento (é uma das doenças detectadas no teste do pezinho), mas a grande maioria irá desenvolver durante a idade adulta. Entre os sintomas do hipotireoidismo estão:
Depressão
Desaceleração dos batimentos cardíacos
Intestino preso
Menstruação irregular
Diminuição da memória
Cansaço excessivo
Dores musculares
Sonolência excessiva
Pele seca
Queda de cabelo
Ganho de peso ou dificuldade para reduzir de peso mesmo fazendo dieta e exercicios
Aumento do colesterol no sangue
Na maioria das vezes, o hipotireoidismo é causado por uma inflamação denominada Tireoidite de Hashimoto, uma alteração autoimune muito frequente na população. O diagnóstico é feito através de exame laboratorial com as dosagens de TSH (hormônio tireoestimulante), T4 (tiroxina) ou T4 livre.
Quando a quantidade de hormônios é insuficiente, o metabolismo fica mais lento e o corpo gasta menos energia, por isso muitas vezes associa-se ganho de peso ou dificuldade para emagrecer à problemas de tireoide. O ganho de peso na presença de hipotireoidismo descompensado, pode ocorrer, mas geralmente é modesto, de 2-4 kg de peso e associado aos outros sintomas citados acima. É importante reforçar que este ganho de peso, geralmente decorre de retenção de líquidos, e não de aumento de gordura, por isso, os médicos afirmam que não se deve associar o hipotireoidismo a obesidade.
No momento que fazemos o diagnóstico do hipotireoidismo e iniciamos o tratamento com reposição de levotiroxina (forma sintética do hormônio da tireoide), os níveis hormonais vão gradativamente normalizando e o metabolismo volta a normalizar. Se a pessoa tem hipotireoidismo e está adequadamente tratada, não se pode justificar ganho de peso ou dificuldade para emagrecer pela tireoide. O ganho de peso, ou a dificuldade para emagrecer geralmente são um somatório de tendência familiar, consumo elevado de calorias e baixo gasto energético através da atividade física, mas se for associado aos sintomas descritos acima, é importante buscar ajuda médica para descartar hipotireoidismo.
Artigo desenvolvido por: Dra. Jacqueline Rizzolli
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